Descubra por que dividir brinquedos pode ser um grande desafio e veja dicas práticas para ensinar seu filho a compartilhar de forma saudável.
Por que dividir brinquedos pode ser um grande desafio?
Se você já viu uma criança em lágrimas porque não queria emprestar um carrinho ou uma boneca, sabe bem por que dividir brinquedos pode ser um grande desafio. Embora o ato de compartilhar pareça simples aos olhos dos adultos, para os pequenos, ele envolve uma série de processos emocionais, cognitivos e sociais que ainda estão em desenvolvimento.
Segundo a psicóloga e educadora infantil americana Drª Laura Markham, autora do livro Peaceful Parent, Happy Kids, “as crianças pequenas não são egoístas por natureza, elas simplesmente ainda não desenvolveram a capacidade plena de empatia e controle de impulsos”. Ou seja, não se trata de má vontade – é uma questão de maturidade.
Mas como lidar com isso no dia a dia? E por que alguns pais se desesperam quando seus filhos simplesmente dizem “não” ao dividir? Vamos entender melhor as raízes desse comportamento e como podemos ajudar.
Compreendendo o desenvolvimento infantil e o ego infantil
Nos primeiros anos de vida, a criança está centrada em si mesma. Isso não é um defeito, mas parte natural do desenvolvimento neurológico. Até os 3 ou 4 anos, a criança enxerga o mundo sob a perspectiva do “eu” e ainda está aprendendo o que significa considerar o outro.
O brinquedo como extensão do “eu”
Para muitas crianças, o brinquedo representa mais do que um objeto — é uma extensão da sua identidade. Quando alguém pega esse brinquedo, é como se estivesse invadindo seu território emocional.
De acordo com um estudo publicado pela American Psychological Association (APA), o ato de compartilhar exige três habilidades principais: empatia, autocontrole e compreensão de normas sociais. Todas essas competências começam a se formar por volta dos 3 anos, mas só se consolidam mesmo entre os 6 e 7 anos【Fonte: APA】.
Como ensinar seu filho a compartilhar sem conflitos
Saber por que dividir brinquedos pode ser um grande desafio é só o primeiro passo. O segundo — e mais importante — é saber como intervir de maneira eficiente, sem traumatizar ou punir, mas guiando o processo.
1. Não force o compartilhamento imediato
Obrigar uma criança a compartilhar pode gerar resistência e mágoa. Em vez disso, explique com calma que o brinquedo pode ser usado por outra criança depois que ela terminar de brincar. Isso mostra respeito por seu tempo e ensina a ideia de revezamento.
💡 Dica: Use frases como “Quando você acabar, é a vez do seu amigo”. Isso ensina generosidade sem imposição.
2. Use histórias e livros como aliados
Histórias são uma forma poderosa de ensinar valores. Existem diversos livros infantis que abordam o tema do compartilhamento de forma leve e divertida, como “O Monstro das Cores Vai à Escola”, que ajuda as crianças a identificarem e lidarem com emoções, o que é essencial para o ato de dividir.
Estratégias práticas para situações reais
3. Crie uma “caixa dos brinquedos que posso compartilhar”
Essa ideia é simples e eficiente: em vez de exigir que a criança divida tudo, ajude-a a escolher os brinquedos que está disposta a emprestar quando for receber visitas. Isso promove autonomia e reduz a ansiedade.
4. Estabeleça regras claras em brincadeiras em grupo
Regras como “cada um tem 10 minutos com o brinquedo” ajudam a evitar conflitos. Utilize temporizadores visuais para facilitar o entendimento do tempo, algo especialmente útil com crianças pequenas.
5. Modele o comportamento
As crianças aprendem muito mais pelo exemplo do que pelo discurso. Mostre atitudes de generosidade no cotidiano, como dividir seu lanche com alguém ou ajudar um vizinho, e fale sobre isso com seu filho.
O papel das emoções no ato de dividir
Entender por que dividir brinquedos pode ser um grande desafio também envolve reconhecer que esse ato ativa emoções intensas: medo da perda, ciúme, frustração. Não minimize esses sentimentos — valide-os.
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Ensinar inteligência emocional é um processo contínuo. Pergunte como a criança se sente quando precisa dividir algo. Ofereça linguagem para ela se expressar: “Você ficou triste quando seu amigo pegou o brinquedo sem pedir?”
Dividir: quando é cedo e quando é tarde?
Muitos pais se perguntam: qual é a idade certa para exigir que meu filho compartilhe?
Antes dos 2 anos, o ideal é não forçar o compartilhamento. A criança ainda está aprendendo a perceber que os outros têm vontades diferentes das dela.
Entre 3 e 5 anos, você pode começar a introduzir a ideia de revezar e dividir, sempre com muita paciência e reforço positivo.
A partir dos 6 anos, a criança já consegue compreender melhor regras sociais e o impacto de suas ações sobre os outros — então é hora de reforçar o comportamento colaborativo.
Por que alguns adultos também têm dificuldade em compartilhar?
Curiosamente, dividir não é só difícil para crianças. Muitos adultos carregam bloqueios emocionais relacionados à partilha — seja de tempo, atenção ou recursos. Ensinar crianças a compartilhar exige também uma autorrevisão: como você lida com seus próprios limites ao dividir?
Benefícios de ensinar a compartilhar desde cedo
Ensinar seu filho a compartilhar pode:
- Desenvolver empatia e solidariedade
- Melhorar habilidades sociais
- Reduzir comportamentos agressivos
- Preparar para ambientes escolares e sociais
Além disso, pesquisas da Harvard University apontam que crianças que aprendem a colaborar desde cedo têm maior probabilidade de sucesso emocional e acadêmico【Fonte: Center on the Developing Child】.
Recursos e ferramentas úteis
- Temporizadores visuais: para ajudar no revezamento de brinquedos
- Livros infantis sobre compartilhar: para abordar o tema com leveza
- Materiais sobre educação positiva: para educar com empatia e firmeza
Conclusão: compartilhar é um aprendizado contínuo
Agora que você sabe por que dividir brinquedos pode ser um grande desafio, também entende que não se trata de um problema a ser corrigido imediatamente, mas de uma habilidade a ser construída com amor, tempo e exemplos. Tenha paciência. Ensinar seu filho a dividir é um presente que ele levará para toda a vida.
E você, já passou por alguma situação complicada com seu filho sobre dividir brinquedos? Como resolveu? Compartilhe suas experiências nos comentários!
FAQ: Dúvidas Frequentes
1. Qual é a melhor idade para ensinar a dividir brinquedos?
A partir dos 3 anos já é possível introduzir o conceito com leveza, sem forçar.
2. É normal meu filho ficar bravo quando tem que compartilhar?
Sim. A frustração é parte do processo de aprendizado emocional. O importante é acolher e guiar.
3. Como agir quando duas crianças querem o mesmo brinquedo?
Use um sistema de revezamento com tempo cronometrado ou ofereça uma alternativa interessante.
4. Dividir é sinal de maturidade?
Sim. A capacidade de compartilhar demonstra desenvolvimento da empatia e do autocontrole.
5. E se meu filho nunca quiser dividir?
Reavalie os métodos utilizados. Use exemplos, histórias e valide os sentimentos da criança. Persistência e paciência são fundamentais.
